Curriculum Vitae, comunicação a serviço de quem lê

Preciso preparar meu currículo para concorrer a uma vaga no mercado de trabalho. Como fazer? Por onde começo? Quais as informações da minha vida devo inserir?

Essas perguntas são muito comuns para quem está iniciando uma carreira, ou deseja ou precisa empregar-se, reempregar-se, ou mudar o rumo de sua história profissional, e olha para o papel, ponto de partida para colocar ali uma radiografia que consiga, por direito outorgado, contar uma história, resumida o suficiente, específica o suficiente, objetiva o suficiente, relevante o suficiente, intensa o suficiente, expressiva o suficiente, para despertar o interesse de quem lê.

Como registro, dou início pelo termo mercado de trabalho que carrega o significado histórico da relação mão de obra e empresas, regida por um balcão de ofertas de ofícios. Essa linha do tempo nos remete muito antes da própria revolução industrial, em termos capitalistas, no Brasil o marco é registrado pelo fim do tráfico negreiro em 1850.

No contexto econômico, a definição se mantém simples e direta: posições de emprego versus pessoas que buscam por tais oportunidades.

Mas no contorno social, a evolução tecnológica e a revolução de valores humanos, coloca o ser, como fundamento, a pesar nessa balança não tão mais racional e lógica. Já não se trata de uma equação numérica de candidatos por vagas, mas do encontro de propósitos, do compartilhar de crenças, do identificar de espaço de troca e desenvolvimento, e mais uma lista extensa que vai muito além do ter como princípio.

Pois bem, em resposta ao que cabe no currículo, a valer para qualquer nível da posição pretendida, é essencial que ele converse na mesma língua, no mesmo tom de voz da empresa e da vaga disponibilizada. Significa preparar o currículo para as conversas individuais com cada empresa, da mesma forma que a pessoa fará quando chamada a fazê-lo olho no olho, pessoalmente ou até mediada pela tecnologia, representando aquele momento mágico, onde a possibilidade do mostrar-se estará aberta por alguns momentos.

Sejam em processos com uma grande quantidade de candidatos, onde a fase de triagem de currículos pode ser realizada por sistemas que separam aqueles que contenham palavras relacionadas dentro de um padrão de algoritmo parametrizado previamente, seja pela triagem realizada de forma manual, o processo de comunicação entre candidato e empresa tem início nesse precioso momento, em que não há possibilidade de réplica, de explicar melhor, de prover melhor entendimento.

Adequar a linguagem escrita ao interlocutor, é dar possibilidade para que o currículo seja um convite irrecusável para o desejo despertado de conhecer o ser humano que está por trás das palavras, do texto, das informações tão especial e cuidadosamente colocados a serviço de quem lê.

Pensar em todas as fases do recrutamento e seleção como um processo de comunicação, é um bom ponto de partida para o caminhar nessa jornada. A atenção ao conteúdo, à linguagem, à forma, a quem está recebendo a mensagem, são componentes desse processo, dos quais não se pode descuidar.

“Comunicação é a arte de ser entendido!”  (Peter Ustinov, ator, cineasta e escritor inglês) 

Autora

Ana Maria Del Pino

Graduada em Administração de Empresas, dedicou sua carreira à área das relações humanas e educação corporativa. Certificada em práticas de aprendizagem ativa, com especialização em Gestão de Recursos Humanos e Cuidados Integrativos, é Consultora em Gestão de Negócios com foco em temas comportamentais, gestão e liderança. Professional Coach e Life Coach com Certificação Internacional em Coaching Integrado pelo ICI - Integrate Coaching Institute.

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